outubro 06 2017 0Comment
nanoalimentominii

A nanotecnologia na indústria de alimentos

É possível que você já tenha ouvido por aí que a nanotecnologia é a aposta do futuro. Manipular e trabalhar com materiais em escala nano, algo que até pouco tempo seria impensável, vem se tornando cada vez mais comum e promete revolucionar o mundo como conhecemos.

Mas antes de mais nada… você sabe o que é nanotecnologia? E o que é escala nano?

De acordo com a Iniciativa Nacional de Nanotecnologia (NNI), um programa do governo federal norte-americano para pesquisa e desenvolvimento nessa área, a nanotecnologia pode ser definida como a ciência, engenharia e tecnologia conduzidas em dimensões entre 1 e 100 nanômetros (isto é, 10-9 metros). De uma maneira geral, ela pode ser definida como o desenvolvimento, produção e aplicação de estruturas, aparelhos e sistemas nos quais o controle da matéria se dá nessa escala de 10-9 metros (a famosa escala nano!).

Difícil ter noção do que um nanômetro representa, não é mesmo? Para você ter uma ideia, uma folha de jornal tem cerca de 100.000 nanômetros de espessura e, fazendo uma comparação, se uma bolinha de gude fosse um nanômetro, um metro seria do tamanho do planeta Terra!

dimensaomundo

 

Materiais em dimensões nanométricas, os chamados nanomateriais, apresentam propriedades físicas, químicas e biológicas distintas de quando se encontram em maiores dimensões. Por esse motivo, a nanotecnologia possibilita o desenvolvimento de estruturas com elevado – e vasto – potencial de aplicações.

Agora, dadas as noções básicas, vamos ao que interessa… Onde a nanotecnologia entra na indústria de alimentos? A resposta é: em tudo! A nanotecnologia tem impacto em todos os aspectos, desde o cultivo de alimentos até o seu processamento, empacotamento, transporte, vida de prateleira e biodisponibilidade (ou seja, o percentual aproveitado pelo organismo) de nutrientes. E então, vamos conhecer um pouco sobre algumas dessas áreas?

No que diz respeito à agricultura, a nanotecnologia aparece, por exemplo, no desenvolvimento de pesticidas encapsulados em nanopartículas, os quais apenas são liberados no estômago dos insetos, minimizando a contaminação das plantas em si. Também podemos citar os estudos acerca de nanosensores capazes de detectar quando a planta precisa de água ou nutrientes muito antes de surgirem sinais aparentes, o que otimiza o seu crescimento.

A nanotecnologia nos permite também, através de nanosensores, rastrear micróbios, toxinas e contaminantes nos alimentos ao longo da cadeia de processamento, contribuindo para assegurar qualidade. Desta forma, é possível não só garantir a segurança dos alimentos como diminuir os riscos associados a comidas que podem carregar agentes causadores de doenças, como ovos, carnes e laticínios.

Em termos de empacotamento, o uso de nanomateriais já é uma realidade. Um exemplo são as garrafas de nanocompósitos que minimizam o escape de CO2, aumentando a vida útil de refrigerantes. Além disso, podemos citar o desenvolvimento de nanosensores em embalagens plásticas capazes não só de detectar gases liberados pelo alimento ao estragar como também de indicar, através de mudança de cor, quando ele não está mais próprio para consumo. Há também estudos acerca do desenvolvimento de um papel filme contendo nanopartículas de silicato as quais reduzem a entrada de oxigênio e a saída de umidade, permitindo que o alimento permaneça fresco por mais tempo.

Nanopartículas vêm sendo utilizadas também para adicionar vitaminas e outros nutrientes a comidas e bebidas sem afetar seu gosto ou aparência. Isso é possível porque os nutrientes ficam encapsulados nessas partículas e são liberados apenas no estômago, chegando então à corrente sanguínea. Desse modo, é possível aumentar o percentual de nutrientes aproveitados pelo organismo, pois minimizam-se as perdas. Além disso, pesquisas vêm sendo realizadas para desenvolver nanocápsulas que liberem nutrientes apenas quando houver uma deficiência no organismo. Com a nanotecnologia, torna-se possível também melhorar o sabor, a cor e a textura dos alimentos.

Incrível, não é mesmo? Mas isso não é tudo; muito pelo contrário, é apenas um gostinho de tudo que a nanotecnologia pode oferecer para indústria de alimentos. É questão de tempo até que essas inovações (e muitas outras) se tornem parte de nossas vidas!

l3773r4

ESCREVA UMA RESPOSTA OU COMENTÁRIO